Entrevista com o escritor Luís Maldonalle

01. O que te levou a querer ser escritor? 

 

Assim como na música, o envolvimento surgiu de forma tão natural, que eu praticamente  só me dei conta disso já completamente envolvido. Claro que todo o processo anterior, leituras, o inicio com quadrinhos, filmes (o cinema sempre foi uma paixão) teve grande influência e até de certo modo, seu papel como mediador.

 

02. O que sente ao escrever uma história?

 

Escrever é quase uma catarse. Não existe fórmula tampouco atalhos. Por um breve período de tempo você se vê envolvido com uma trama e personagens. Mas o meu trabalho, dentro desse espectro de coisas, é apenas conduzir a história da melhor forma possivel. Eu realmente encaro como um trabalho. Ali eu coloco toda energia, e a única coisa que sinto de verdade, é alivio ao chegar ao fim. Não pelo cansaço ou aquela coisa de se ver livre, mas por ter mais um trabalho finalizado.

 

03. O que você costuma ler?

 

Dou preferências aos autores clássicos, Hemingway, Lovecraft, Jack London, Poe, Richard Matheson, Hesse, Proust, Bram Stoker entre outros, o que não me impede de ler nomes mais recentes como Gillian Flynn, Joe Hill e Ernest Cline. Ultimamente tenho lido bastante sobre Filosofia, linguistica e história. Mas sempre tenho algo do Stephen King por perto.

 

04. Teve algum livro/autor que te influenciou na carreira?

 

Já disse algumas vezes e não me canso de repetir; o King foi quem abriu meus olhos para estrutura narrativa e personagens. Sobretudo o universo de ficção, em terror e suspense. E isso bem cedo, quando eu ainda era um adolescente. Eu poderia citar Chistine e Cemitério como livros que me influenciaram, mas há uma série de outros grandes livros que acabam por nos mostrar um caminho. A voz, todo autor já tem, certas histórias apenas facilitam ou apontam direções.

 

05. De onde vêm os seus personagens? São inspirados em pessoas reais ou apenas fictícios? 

 

Um dos trabalhos do autor, na minha opiniao, é a de observar. O detalhe pode fazer a diferença entre uma descrição ou a bi-demensionalidade de um personagem. Grandes nomes da literatura como Hemingway, Proust, Jack London, Lovecraft e King usaram disso em algum ponto, interligado ao verídico, mas de forma fictícia. Esse é o trabalho. Trazer o crível de forma não só esclarecedora mas verossímel ao leitor. E como eles, eu me esforço para tentar trazer esse tipo de retórica e sintaxe ao que escrevo. A maioria do tempo observando, outras; pinçando coisas do passado, sobretudo algo ligado à cultura pop.

 

06. Em algum momento, já se deparou com alguém lendo algum de seus livros?

 

Não.Na verdade acho que nunca pensei nisso. Como autor independente, acho isso praticamente utópico. Mas não vejo razão para demérito. Acho esse um caminho reservado para outro tipo de autores, e claro, está mais relacionado com o trabalho de massificação das editoras do que escopo ou talento em si.

 

07. Qual a sensação de ver seus livros à venda, mesmo que pela internet?

 

Eu fiquei tão imerso com a coisa do marketing e tentar fazer com que o livro chegasse ate às pessoas que demorei pra me envolver dessa forma. Foi legal ver o Sete Noites entre os cem mais vendidos da amazon meses seguidos. E eu sei que isto não retrata a realidade de um autor iniciante. Mas ter o livro de forma física e um lançamento, como aconteceu com a Hora da Tormenta, foi realmente especial.

 

08. Qual a reação do público ao ler seus livros?

 

Bem, os feedbacks tem sido bons, sobretudo pelo pouco tempo no mercado. Literatura é praticamente fundamentada em afinidade, e as pessoas vão sempre procurar histórias e tramas baseadas nesse quesito pessoal. Mas é gratificante ver reações positivas acerca dos livros e seus ganchos.

 

09. Qual livro obteve mais venda até agora?

 

Sete Noites em Claro está no mercado há mais tempo, e mesmo com número não tão expressivos (apesar de superar o esperado), vem fazendo um bom trabalho. Mas A hora da Tormenta, que foi lançado de forma física, tem sido o mais vendido até agora.

 

10. Como você costumar reagir às criticas e elogios dos leitores?

 

Elogio nao é algo tão facil assim de ouvir, ao contrário do que muitos possam pensar. Estou longe de poder reclamar, já que tem tudo funcionado realmente muito além do que esperava. Filtrar criticas e assimilar os pontos expostos ao longo da jornada como escritor, faz parte. Escrever é para sempre. A maioria sabe o quanto é doloroso o trabalho às portas fechadas. Leva um tempo até que o livro chegue à mão do leitor. Mas o contrapeso encontra-se no julgo do leitor. Quando o processo de escrita é feito de forma verdadeira, sem apelos de clichês e modismos com a intenção apenas de ser aceito, aquilo sobressai entre parágrafos e trama. Fica fácil para o leitor, então, reconhcer.

 

11. Qual obra melhor te descreve ?

 

É dificil julgar aquilo que se faz.Vez ou outra, me baseio nas resenhas e críticas recebidas ao longo desse tempo. Não posso reclamar, foram e continuam sendo, bem generosas. Não tenho certeza se algum desses trabalhos me descreve. Como boa parte dos artistas/autores, ainda penso que o melhor trabalho esta por vir. Mas gosto muito da retórica e os conflitos presentes no conto O Coração de Gina Hall.

 

12.Que tipo de música você recomenda que as pessoas ouçam enquanto leem seus livros?

 

Seria dificil um único tipo de ambientação para isso. Assim como em filmes, a trilha pontua os momentos, podendo ir de algo incidental a algo realmente impactante. Eu mesmo não costumo ler, ouvindo músicas. Então, prefiro deixar a cargo do próprio leitor, caso isto seja realmente necessário. É um processo muito pessoal.

 

13. Podemos esperar por mais lançamentos? 

Sim. Ja tenho algumas coisas prontas, e devo lançar nos próximos meses um novo romance. Pretendo dar os detalhes; assim como começar o processo de marketing em breve. E assim como em A Hora da Tormenta, vai ser Lançado de forma física.

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Mais uma vez, agradeço ao escritor Maldonalle, pela oportunidade de realizar a entrevista! 😍

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